"Triste de um povo que ainda precisa de heróis".


Sempre que releio a frase "Triste de um povo que ainda precisa de heróis", do dramaturgo Bertod Brecht(Ver errata no final do texto), fico imaginando o tamanho da verdade contida em tão poucas palavras. Segundo a minha ótica, visão de mero escritor e poeta, logicamente, Bertod Brecht se referia ao Governo e aos governantes como heróis. Claro que voce que é Historiador, Doutorado, Formado em Filosofia, Letras ou seja lá qual for a área, pode me contestar, eu respeito isso, mas darei aqui a minha opinião sobre esta iluminada frase de Bertod Brecht. Porque ironicamente o Bertod Brecht referiu-se aos Governos e seus representante como heróis? Vamos ao conceito popular do que entendemos ser heróis: Heróis são os salvadores, aqueles que lutam pelo povo, aqueles em quem o povo "fraco e oprimido" deposita sua confiança e acredita em seus poderes para tirá-lo dos apuros. De fato o povo é oprimido, mas por quem? Quem oprime o povo? Ai esta o "X" questão. O povo é oprimido pelos heróis. Mas estranho fato nisto tudo é que herói e vilão sejam a mesma pessoa. Na verdade a diferença entre o herói e o vilão, são as atitudes, no mais, ambos tem poderes e a forma como usam seus poderes é que define quem é quem. Durante as campanhas políticas, lá estão os "heróis" discursando bonito, fazendo o povo acreditar que eles são verdadeiros Chapolins Colorados nas nossas vidas. E o povo atormentado grita: E agora, quem poderá nos socorrer? Surge então aquele ser mágico, cheio de propostas inacreditáveis e mirabolantes para promover a salvação do povo. Passadas as eleições, os Chapolins se aposentam e mudam suas lindas capas vermelho carmesim, assumindo suas verdadeiras identidades de vilões, vis e opressores. Feito isso, tudo que sobra ao povo são as promessas passadas, nas quais como cegos acreditaram. Discursos em que os heróis falam de si mesmo e da sua capacidade de defender os interesses do povo, dos "mais sofridos", "menos favorecidos", dos "mais carentes". Na linguagem dos heróis é assim;pobre não é chamado meramente de pobre (é ofensivo, ofende o eleitorado), chama-se de "classes menos favorecidas". Fica lindo não? Frase ampla e bastante usada: "Acabar com a miséria e a pobreza". Esta é célebre, tudo que se espera ouvir num discurso. Mas os heróis também tem pronunciamentos mais chiques, do tipo; "Aquecer a Economia Global", "Gerar subsídios para aquecer o Mercado de Exportação", "Produzir o equilíbrio da Balança Comercial", "Aumentar o Produto Interno Bruto e a Renda Per Capta". Não podemos reclamar que nossos Chapolins Colorados não sabem discursar, isto sabem e podem ensinar. São Doutores nesta arte nobre. Voltemos a Tchê Guevara então: "Triste de um povo que ainda precisa de heróis". Entendeu agora? O povo brasileiro está a anos, cego, precisando de heróis. Heróis que são figuras que só existem nos gibís, lembrando Raul Seixas. O povo ainda não percebeu que Durango Kid não existe, Super Man, Mullher Maravilha, X-men também não! O que vemos nas tribunas são produtos de discursos, heróis produzidos por um Marketing Político/Pessoal muito bem elaborado, gente que se transformou em PHD da arte de vender a própria imagem. O poder está onde sempre esteve; nas mãos do povo. O poder é o VOTO! É o voto que determina quem fica e quem nunca mais entrará nos palácios, nos luxuosos gabinetes. Somos nós, o povo quem ESCOLHE quem vai ser o herói da vez. Mas se um dia o povo acordar e descobrir que não precisa de heróis, ai sim, a Nação Brasileira estará reconstruindo a sua Bandeira.

Errata: A frase "Triste de um povo que ainda precisa de heróis" foi mencionada por mim aqui como sendo do revolucionário Tchê Guevara, mas na verdade esta é uma frase do dramaturgo Bertold Brecht. A tempo agradeço ao leitor que me alertou e também peço desculpas aos demais. A foto de Tchê permanece no cabeçalho devido ao revolucionário acrescentar e ilustrar muito bem este texto. Mais uma vez peço desculpas a todos.

Por Tony Casanova - Direitos Autorais e Copyright reservados ao autor.

Comentários

  1. DESCULPE MAS ESTA FRASE NÃO É DE AUTORIA DE TCHÊ! O AUTOR É O FILÓSOFO BERTHOLD BRESCHT.

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  2. Acredito ser equivocado comparar "Herói" com governantes e políticos. Heróis?! é preciso retroceder bem mais no tempo, para encontrá-los. Misturar realidades distintas, nada mais acrescenta além de recordar dos tempos difíceis em que vivemos, por conta destes mesmos ditos governantes e políticos. Sim! Precisamos de "Heróis",sim!!! Quão bom era, quando certas pessoas ainda acreditavam ser possível "salvar o mundo". Ainda existia chances de surgirem heróis. Hoje utopias são apenas utopias, e não existe mais a chama da esperança que invade o coração do "Herói". O herói não precisa ser venerado como um deus. Até porque, o único herói capaz de nos conduzir a transcendência de nossas próprias limitações, é aquele que sabe, que sua liberdade está na liberdade do todo. Esse é o verdadeiro herói. Herói é aquele que nos da impulso para evoluirmos em certos aspectos. Herói hoje é aquele que nos auxilia a retirar os véus da ignorância, e que nos permite ser sendo com o todo. Não existem mais grupos, tudo se integra. Quando li "Mas estranho fato nisto tudo é que herói e vilão sejam a mesma pessoa", é fato que não observando histórias e culturas, tornaremos todos vilões, tal qual é assim na condução de nossas próprias vidas. Talvez a questão mais fundamental a se perguntar seria "quanto tempo sobreviveria um herói" em nossos tempos modernos? Se o mundo vive uma de suas eras mais histéricas da filosofia do ódio? A verdadeira revolução somente ocorrerá dentro de uma dinâmica de reeducação e ressignificação de conceitos e valores sobre a vida. Eu mesmo independente de toda a nossa realidade, sempre (desde criança) sonhei em ser um "herói". E sempre me esforcei para me aperfeiçoar na arte de ser um herói (mesmo em meio aos inumeros "ns" de meus defeitos). E aprendi que todo o herói também é um vilão quando se trata de conduzir pessoas. Pois se fosse ao contrário, quando o "herói" Jesus Cristo esteve entre nós e suas palavras tivessem sido ouvidas, tais como muitos outros heróis também disseram, será que estaríamos ainda a confundir heróis com governantes, políticos, religiosos ou ativistas? O verdadeiro herói é aquele que ilumina o caminho do outro na compreensão de que todos somos heróis. O herói só tem uma coisa a mais, que talvez naquele dado momento todos não possuam...Um plano.

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    1. Meu caro amigo blogueiro Terceiro Poder, concordo em gênero, número e grau com sua descrição de herói, mas devo ressaltar que a conotação aqui não se refere ao que de fato seja um herói, mas ao povo que confere esta atribuição aos políticos como se estes fossem salvadores da Pátria. Bem descrito está no título, grifo a palavra "Triste de um povo", pois são eles que erguem aos pedestais, aqueles mesmos que lhes servem de carrascos. O texto, independente da sua conotação, não pretende reduzir a importância de acreditarmos em heróis cotidianos, mas apenas não devemos colocar nesta posição qualquer figure que se auto intitule como tal. Quero agradecê-lo pelo oportuno comentário, dizer que respeito sua opinião e pedir-lhe que volte sempre, pois sua visita é uma honra para mim. Obrigado.

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