Relacionamentos - Como prevenir decepções. [Tony Casanova]


Fazer previsões não é um privilégio da nossa época, apesar de que estamos em um século de acentuação dos palpites e antecipações do futuro próximo. Nem todas as previsões são acertadas, mas por certo elas são um bom meio para nos precaver de determinadas situações. Vejamos pelo prisma de que aquela catástrofe não tenha acontecido como prevista, mas e se realmente ocorresse, como estaríamos preparados? Eis a palavrinha mágica que confere à previsão todo o seu sentido de existir; preparação. Para isto servem as previsões, para que nos preparemos para o advento e tomemos as medidas necessária para amenizar seus efeitos. É o que chamamos de precaver, prevenir-se, o que sem dúvida é bem melhor que remediar. Lógico que quando a previsão é muito sinistra, catastrófica, ela não nos deixa muitas opções sobre o que fazer para escapar dos seus efeitos, neste caso vale a máxima popular: “O que não tem remédio, remediado está.”
Saindo da atmosfera das catástrofe, vamos para as emoções humanas. O sentimento mais próximo do nosso tema são as decepções, isto porque dentro do seu conceito, as decepções são frutos do inesperado. Não haverá decepção para aquilo que é esperado, o que surpreende é o que não se espera. O que aconteceria se usássemos a nossa palavrinha mágica, a preparação? Certamente teríamos menos decepções porque estaríamos preparados para os adventos. Antes que comecemos a nos preparar para prevenir decepções precisamos lembrar de algo muito importante dentro das relações humanas que é saber discernir a diferença entre estar na defensiva e estar no ataque, para evitarmos a paranoia de vivermos achando que todos com quem nos relacionamos irão nos decepcionar profundamente.
Outro ponto importante é sabermos que no amor é preciso estar preparado para perdoar, não importa a intensidade da dor, mas o perdão deve ser superior a ela. Não podemos sair batendo gratuitamente em quem se aproxima, desta forma não teremos relação alguma que possa durar. Para um bom relacionamento é preciso ficarmos isentos de agressividade, de mentiras, de egoísmo. Qualquer sentimento que possa impedir o perdão, a confissão, o arrependimento é nocivo em uma relação e por isso é preciso prevenir seus efeitos para não sofrermos com decepções que possamos provocar em que se relaciona conosco. As previsões caem como uma luva e são antecedidas de fatos geralmente triviais, corriqueiros. Ser previsível é tornar transparente o próximo passo como se ele já estivesse acontecendo, ou seja, as ações são tão repetitivas e claras que tornam o passo vindouro quase que incontestável na sua previsão.
Se vivermos sempre esperando boas atitudes e ações, fatalmente estaremos expostos ás decepções, mesmo porque o ser humano tem uma inclinação natural ao egoísmo e ao cometimento de ações nem sempre agradáveis ao outro. Mas se é assim, o que fazer para mudar esta situação? Eis mais uma importante palavrinha mágica dentro do nosso tema; Mudança. É preciso estar apto para mudar de atitudes, abrir mão do que apenas nos agrada e passarmos a agradar também ao outro, afinal se só a nós agradamos, como iremos deixar o outro satisfeito conosco? Quem envolve-se em um relacionamento também espera ações do outro, ações boas e agradáveis, que não só beneficiem a um, mas que sejam boas para ambos. Conhecer bem o outro e saber o que ele espera de nós é um passo para que possamos mudar nossas ações. Saber o que desagrada o outro é outro passo crucial para que as coisas voltem a funcionar, mas a melhor atitude a ser tomada na vertente das relações é abandonar o egoísmo. Este sentimento nocivo que habita o coração humano por séculos, desde a sua criação, é desagradável para todas as relações possíveis e macula o sentido máximo do envolvimento, quando o correto é ofertar com generosidade e receber da mesma forma, sem que se preciso viver apenas pensando no que é bom para si, mas bom para ambos.

Texto do Escritor brasileiro Tony Casanova – Direitos Autorais reservados ao autor. Proibida a cópia, colagem, reprodução de qualquer espécie ou divulgação em qualquer meio, do todo ou parte dele, sem autorização expressa do autor sob pena de infração ás Leis Brasileiras e Internacionais de Proteção aos Direitos de Propriedade Intelectual. O uso da presente obra sem respeito aos créditos devidos ao autor incorrem em Crime de Plágio.

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